A autoridade é uma ideologia. A
ideologia do mérito, da competência técnico-científica, que credita mais valor
a uma pessoa que a outra por critérios arbitrários ao considerar
valorativamente, dados estatísticos, em geral muito mal interpretados.
Como interfere na política? Que
contradições traz consigo?
É na ideia de que quem possui
conhecimentos está naturalmente dotado de poder de mando e de direção que
radica a crença nessa ideologia, fortalecida pelos meios de comunicação, que a estimulam diariamente, invadindo a
política cotidiana nas cidades e nos campos.
Passamos a considerar que a política
é uma atividade reservada para técnicos ou administradores éticos competentes;
e não uma ação coletiva de cidadania entre vizinhos, parentes e amigos.
A contradição está em que não só o
direito à representação política diminui, porque se restringe aos competentes
universitários, de modo geral, como ainda, a ideologia da competência e da
habilitação oculta e dissimula o fato de que, para ser "competente" e
“habilitado” é preciso ter recursos econômicos para estudar, refletir, meditar
e agir para adquirir conhecimentos.
Ou seja, os "competentes"e “habilitados”
pertencem à classe economicamente predominante mundial, cultural e socialmente
rica, abundante e apartada.
A Ciência, a Filosofia e a Religião
são elementos auxiliares e não ferramentas de opressão.
A moeda trabalha para Deus. De tal
sorte que ocupamos posição de poder e mando dentro da estrutura social, dos
esquemas culturais, dos estados de ânimos, das estratégias de vida, das visões
de mundo.
Executivo, Legislativo, Judiciário e
Tribunais de Contas existem para garantia da satisfação das nossas
necessidades. Devem, a mim, e a qualquer outra cidadã ou cidadão, a melhor
condução da coisa pública e, portanto, a defesa de interesses estranhos ao Bem
Comum é um atentado criminoso à democracia representativa liberal e à
participação direta das pessoas na gestão pública.
Ambição e Vaidade
Francisco Linhares