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Síntese entre morte e vida se perfila a nova existência. Silo 1959

Desperta já universo! Não ouves rugir ao homem nos abismos? Desgarra os espaços e contempla como dirige o fogo  e cavalga ao fur...

terça-feira, 14 de setembro de 2010

PH (Partido Humanista do Brasil) não é PHS (Partido Humanista da Solidariedade)

PH (Partido Humanista do Brasil) não é PHS (Partido Humanista da Solidariedade)

O PH - Partido Humanista do Brasil declara publicamente que não é o partido PHS (Partido Humanista da Solidariedade) . O Partido Humanista do Brasil é um organismo que faz parte do Movimento Humanista e se baseia na corrente de pensamento conhecida como Novo Humanismo ou Humanismo Universalista.
Não existe nenhuma ligação ideológico-filosófica entre os dois partidos.
O Partido Humanista do Brasil defende a democracia direta como forma de transição da democracia formal à democracia real, em que se garanta a real separação de poderes e o respeito às minorias.
O Partido Humanista do Brasil rejeita a violação dos direitos humanos, o emprego da violência como método de solução de conflitos e a concentração de poder. Ao mesmo tempo, denuncia toda forma de violência física, econômica, racial, religiosa, sexual, psicológica e moral.

A metodologia utilizada pelo Partido Humanista é a ação não-violenta. Os membros do PH têm formação humanista e não-violenta nos Parques de Estudo e Reflexão espalhados pelo mundo. No Brasil existem dois espaços como esse, Parque de Estudo e Reflexão Caucaia (SP) e Parque de Estudo e Reflexão Igarassu (PE).

O Partido Humanista adota uma organização federativa mundial, que lhe permite articular posicionamentos e campanhas de alcance internacional, mantendo a autonomia e a criatividade nos distintos níveis de ação a partir base social, onde se enraíza. Dessa maneira o Partido Humanista existe em 19 países. No Brasil, O Partido Humanista tem seu registro jurídico e está em processo de adquirir seu registro político, concorrendo às futuras eleições.
Dentro de nossas propostas de âmbito mundial, ressaltamos por sua urgência a tarefa de alertar, gerar consciência em toda a humanidade e exigir o desarmamento nuclear total, a retirada imediata das tropas invasoras dos territórios ocupados, a redução progressiva e proporcional do armamento convencional, a assinatura de tratados de não-agressão entre países e a renúncia dos governos em utilizar as guerras como meio para resolver conflitos.

Repúdio e indignação face à candidatura do PHS que promove a violência e a pena de morte.

O Partido Humanista do Brasil declara sua indignação e repúdio perante candidatura do sr Edmar de Oliveira ao cargo de Deputado Federal, filiado ao Partido Humanista da Solidariedade (PHS/PE), integrante da Coligação É PERNAMBUCO, da FRENTE POPULAR DE PERNAMBUCO. O candidato vem defendendo através da campanha eleitoral a proposta da implantação da pena de morte no Brasil, através do jargão "Punir para proteger, pena de morte SIM".
Acreditamos que não é através do emprego da pena de morte que solucionaremos o problema da violência. Pelo contrário, isso causará mais violência e marcará um retrocesso no que se refere às conquistas adquiridas ao longo da história humana, violando os direitos humanos .
A violência tem caráter social e pessoal. Não acabaremos com a violência enquanto existir a injustiça social, a desigualdade e a concentração de poder. Não acabaremos com a violência enquanto não colocarmos a prioridade no ser humano, garantindo-lhe saúde e educação como alicerces estruturantes para seu pleno desenvolvimento. A saúde e a educação são necessidades básicas e, como tais, constituem-se em direitos humanos inalienáveis que devem ser assegurados.

Além disso, a violência tem seu caráter pessoal, caracterizada pela contradição interna e a falta de sentido na vida. A saída possível é a busca de superá-la em sua raiz nessas duas esferas.

Sendo assim, o PH - Partido Humanista do Brasil , nos opomos e indignamos a tal candidatura do PHS que possui argumentos imediatistas, que não visualizam a complexidade de fatores que envolvem o fazer humano, a violência e a necessidade de uma transformação pessoal e social, violando de maneira avassaladora os direitos humanos.

História do Partido Humanista do Brasil

Década de oitenta:
O PH participou das eleições com candidaturas próprias, com o chamado registro legal provisório.

Década de noventa:
Muda a legislação dos partidos e o PH não consegue se legalizar. Contudo, mesmo na clandestinidade legal, o PH sempre se posicionou nas eleições, seja com posicionamentos e campanhas alternativos às candidaturas oficiais da ocasião, ou com apoio a candidaturas que na ocasião e/ou historicamente se aproximavam do perfil humanista.

Década de 2000:
Nas eleições presidenciais de 2006 o PH decide apoiar a “Frente da Esquerda” com os partidos PCB, PSOL e PSTU. Nas eleições de em 2008, a convite do Partido Comunista Brasileiro – PCB, participa das eleições com candidatos humanistas dentro do PCB, foi realizada a chamada “filiação democrática”.

Equipe de Coordenação Nacional - Partido Humanista do Brasil
Partido Humanista Internacional - Muito Mais que um Partido!
www.internationalhumanistparty.org

Efeito Climático sobre a Fome

Amig@s,
Hoje li que enfrentamos a maior estiagem de todos os tempos. A chuva não vem, e, quando vem, é pouca. O que fará com que o preço dos alimentos suba muito ano que vem. O problema não é que temos baixa colheita e, sim, o fato de os alimentos serem produtos que são negociados em bolsas. Com as incertezas acerca do futuro, dado a inegável mudança climática que nos tem dado, dia-a-dia, umidade relativa do ar cada vez menores.
É, o futuro sinistro está à espreita. Na Grécia assistimos o que assistimos, em Moçambique tb... Aqui no Brasil batemos o recorde de cidades com racionamento de água.
Será que ninguém vê que essas coisas estão acontecendo simultaneamente e que há uma ligação forte entre estes fatos?

sábado, 4 de setembro de 2010

Queda na renda do trabalhador versus geração de riquezas

Amig@s,

Tenho feito algumas reflexões que me causam preocupação. Gostaria de intercambiar com vcs para ver se estou ficando louco e se tudo não passa de um equívoco de minha parte. Desejo ardentemente estar enganado. A Patricia, minha esposa, e eu fizemos uma pesquisa inicial a uns meses atrás onde identificamos um aumento de 50 milhões de pessoas na população do Brasil nos últimos 20 anos. Nesse mesmo período foram criados cerca de 30 milhões de empregos. A pergunta que me faço é: o que aconteceu com 20 milhões de pessoas?

Recentemente tive a curiosidade de saber o valor médio do salário no Brasil e descobri que, segundo dados do Caged o salário médio dos trabalhadores formais recém-admitidos, em junho de 2010 era de R$829,00. Entretanto, um trabalhador recém-contratado recebia em outubro de 2001 na média R$835,00. Esta redução no valor nominal do salário médio do trabalhador recém-contratado - na sua maioria jovens - me faz pensar que estamos diante de uma perversão gigante e que nos levará, muito em breve, a uma crise econômica jamais vista.

A situação se agrava se tivermos em conta o fato de o salário mínimo ter crescido de 2001 a 2010, portanto, nos últimos nove anos de R$180,00 para R$510,00 enquanto que o PIB nominal saltou de R$1,2 trilhões para R$3,5 trilhões (expectativa) em igual período. Parece óbvio que em breve o salário mínimo será próximo aos salário médio inicial. Portanto, a juventude tem mesmo muita razão para estar optando por outras fontes de renda que não a do trabalho formal.

Uma questão que fica é: para onde está indo toda a riqueza que estamos produzindo se não está aumentando a renda do trabalhador formal brasileiro? Certamente a concentração da renda e da riqueza estão a se ampliar significativamente, embora a manipulação grosseira dos dados possam ludibriar, não enganam, se, com atenção observamos os dados econômicos suspeitos que nos são apresentados cotidianamente.

sábado, 17 de julho de 2010

1º Encontro de Blogueiros Progressistas

Abertas as inscrições do 1º Encontro de Blogueiros Progressistas PDF Imprimir E-mail

O 1º Encontro Nacional de Blogueiros Progressistas acontecerá nos dias 21 (sábado) e 22 (domingo) de agosto em São Paulo. O objetivo é contribuir para a democratização dos meios de comunicação e fortalecer as mídias alternativas. As inscrições já estão abertas. por Conceição Lemes*
Nós nos esforçamos ao máximo para viabilizá-lo em Brasília, mas o elevado custo de auditórios, acomodações e refeições e o prazo exíguo nos forçaram a rever o local. Tentaremos fazer o segundo em Brasília.

A programação está sendo montada. Por enquanto, temos apenas as linhas gerais. Na próxima semana, ela será concluída e divulgada.

O encontro começará no sábado às 9h com debate sobre o papel da blogosfera na democratização dos meios de comunicação. Participarão Luiz Carlos Azenha, Paulo Henrique Amorim, Luis Nassif, Eduardo Guimarães, Rodrigo Vianna e Leandro Fortes.

À tarde ocorrerão sessões com palestrantes para se discutir as questões legais: orientação jurídica para atuar na web, medidas contra ameaças, cerceamento à liberdade de expressão. Também ocorrerão oficinas sobre twitter, videoweb, rastreamento de trolls e debates sobre a sustentabilidade financeira dos blogs.

No domingo das 9h à 12 h, em reuniões em grupo, blogueiros dos vários estados trocarão experiências e discutirão os desafios da blogosfera. À tarde, plenária para apresentação, discussão e aprovação da Carta do 1º Encontro Nacional dos Blogueiros.

O evento será gravado e, depois, disponibilizado na rede.

INSCRIÇÕES, PASSAGENS, ACOMODAÇÃO E REFEIÇÕES

As inscrições custam 100 reais. Quanto mais rápidas, melhor para a organização do evento. Basta enviar e-mail para contato@baraodeitarare.org.br Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo. ou telefonar para (011)3054-1829. Falar com a Daniele Penha.

Para se inscrever, serão necessários os seguintes dados

* Nome/nicknane

* E-mail

* Endereço do blog

*Twitter ou outra rede social, caso participe. Preencha com a URL completa

* Telefone

* Cidade/Estado

A comissão organizadora está buscando patrocínios para garantir a gratuidade da hospedagem. Está em contato com uma empresa aérea para garantir desconto nas tarifas. Dependendo dos recursos levantados, o Encontro também arcará com as despesas de refeições e parte das passagens para os blogueiros de outros estados.

Daremos total transparência à origem dos recursos e à prestação de contas. Os blogueiros poderão acompanhá-la online.

AMIGOS DA BLOGOSFERA

Para custear a participação de palestrantes e parte das despesas de blogueiros de outros estados, lançamos a campanha Amigos da Blogosfera. São 20 cotas de 3 mil reais.

Já confirmaram a compra de uma cota: Apeoesp, Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região, Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Viomundo , Conversa Afiada e Seja dita a verdade.

Se quiser ser mais um dos Amigos da Blogosfera, ligue para (011)3054-1829.

* Comissão Organizadora: Luiz Carlos Azenha, Altamiro Borges, Conceição Lemes, Paulo Henrique Amorim, Eduardo Guimarães, Conceição Oliveira, Antonio Arles, Renato Rovai, Rodrigo Vianna e Diego Casaes.

Apoio institucional: Instituto Barão de Itararé, Associação Brasileira de Empresas e Empreendedores da Comunicação (Altercom) e Movimento dos Sem Mídia (MSM).

quarta-feira, 31 de março de 2010

Partido da Não violência organiza campanha contra a violência econômica no Brasil.


O PHI-Brasil (Partido Humanista Internacional), esta participando da campanha contra a violência econômica organizando diversas atividades em capitais como São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Recife.
O PHI Brasil faz parte de uma federação Internacional de Partidos Humanistas que tem como ponto fundamental de sua ação a metodologia da Não violência.
A campanha que vai até o dia 23/05/10 e tem como ponto inicial a denuncia da violência econômica que tem sua origem na ditadura do capital financeiro internacional, que absorve os lucros empresariais e os deriva para a especulação e a usura (agiotagem institucional).
Serão organizadas atividades como abaixo-assinados, painéis e atos de rua.

No dia 30/04 ( 1 dia antes do dia do Trabalho) também esta marcada uma intervenção simultânea em várias capitais.

A campanha esta aberta a todas as pessoas e organizações queiram construir propostas e denunciar essa mecânica nefasta que endivida as pessoas, as empresas e os governos e que faz aumentar a pobreza, a marginalização, o desemprego e a fome no nosso país.

Mais informações no site do Partido Humanista Internacional do Brasil www.ph.org.br
Material da ideológico da campanha contra a violência econômica.


PROPOSTAS PARA ACABAR COM A VIOLÊNCIA ECONÔMICA


O PROBLEMA
A violência econômica tem sua origem na ditadura do capital financeiro internacional, que absorve os lucros empresariais e os deriva para a especulação e a usura (agiotagem institucional). Esta mecânica nefasta, por uma parte impede que os lucros sejam reinvestidos no circuito produtivo, o que iria gerar mais fontes de trabalho, e por outra parte utiliza esses fundos para endividar as pessoas, as empresas e os governos, que devem trabalhar para pagar os juros das dívidas.

Neste círculo vicioso os lucros do setor especulativo se acumulam cada vez mais, enquanto os setores produtivos, os governos e as pessoas se endividam cada vez mais. E a única maneira de manter os níveis de consumo e crescimento é em base ao endividamento exponencial, assentado sobre “bolhas” que depois, estouram em crises recorrentes. É indubitável que esta mecânica irracional leva o mundo para um abismo, porque não permite saída.

A atual crise é uma amostra a mais, mas não é a única, nem será a última, e cada vez serão piores, enquanto não se acabe com a agiotagem e a especulação.

Algumas das manifestações mais evidentes e conflitivas desta mecânica irracional são:

A dívida externa dos países, cujos juros exorbitantes constituem uma verdadeira sangria para os orçamentos públicos, obrigando a limitar o gasto em saúde, educação, previdência social, e outras prioridades.
A dívida interna dos Estados, que muitas vezes corresponde à administração corrupta, gera custos aos Estados em juros exorbitantes, em detrimento de programas sociais.
O aumento do desemprego e da marginalização como consequência do insuficiente investimento produtivo.
O crescente endividamento dos trabalhadores para ter acesso aos bens e serviços necessários.
O exponencial aumento da pobreza no mundo, e o crescimento da distância entre ricos e pobres.
O desenraizamento e a discriminação sofrida por quem migra em busca de trabalho, em um mundo que facilita a circulação do capital e limita a das pessoas.
O aumento do preço dos alimentos provocado pela intervenção especulativa dos mercados e a falta de investimento produtivo.
A manipulação da subjetividade e da opinião pública, através dos meios de difusão massiva, dirigidos pelo poder econômico para desinformar, em função de seus interesses.



PROPOSTAS PARA UMA SAÍDA

Tal como se expressa no “Documento Humanista” (Silo, 1993), “O lucro que não cria novas fontes de trabalho, deriva para a especulação financeira. Por conseguinte, a luta dos trabalhadores tem de dirigir-se a obrigar o capital a seu máximo rendimento produtivo. Mas, isso não poderá se implementar a menos que a gestão e a direção sejam compartilhadas…Os humanistas sentem a necessidade de atuar não somente no campo trabalhista mas também no campo político para impedir que o Estado seja um instrumento do capital financeiro mundial, para alcançar que a relação entre os fatores de produção seja justa e para devolver a sociedade sua autonomia arrebatada”.

Não podemos seguir esperando que esta e as futuras crises se solucionem enquanto não se resolva a raiz do problema. E isso não se alcançará enquanto os governos sigam destinando recursos para sustentar um sistema financeiro que nos esgota, em lugar de destiná-los ao bem-estar das pessoas. Tampouco se alcançará enquanto os governos não efetuem as transformações profundas no sistema econômico, seja porque são cúmplices do poder econômico ou porque o temem. E tampouco se alcançará enquanto a desinformação dos meios de comunicação convença as populações de que nada se pode fazer e de que este sistema é perfeito.

De modo que é hora de começar a exigir algumas coisas:
Fim da “agiotagem institucional” (usura). Criação em todos os países de um Banco Estatal sem Juros que substitua os bancos privados.
Estabelecer que nenhuma dívida pendente, nem das pessoas, nem das empresas, nem dos governos, gerará juros.
Reformas tributárias que imponham taxas elevadas às empresas que não investem seus lucros em novas fontes de trabalho.
Que os Estados destinem a renda gerada pelo terceiro ponto, e a poupança gerada pelo segundo ponto, ao melhoramento da saúde e educação públicas e ao financiamento de investimentos produtivos.
Reforma trabalhista estabelecendo a participação dos trabalhadores nos lucros e nas decisões das empresas, na garantia de uma melhor distribuição de renda e do reinvestimento produtivo.
Restringir a livre circulação dos capitais especulativos entre os países e liberar a circulação das pessoas.
Garantir o acesso de toda a população do mundo à cesta básica de alimentos. Que os Estados regulem os preços dos alimentos básicos.
Desarticular todo tipo de monopólios e oligopólios, e em particular os dos meios de difusão, garantindo o direito à informação não manipulada.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

A culpa é do(a) professor(a)?

http://www.mundojovem.pucrs.br/entrevista-10-2009.php
A culpa é do(a) professor(a)?


Na mídia, notícias sobre educação são publicadas não mais apenas em cadernos de ensino, mas também nas páginas policiais, desvelando agressões e agredidos. A luta a favor de melhores condições de trabalho coloca frente a frente o professorado e os governos. Entre tantas situações contemporâneas, pensar a atuação docente é um grande desafio, o qual deve mobilizar a todos nós.
O professor Sérgio Haddad, revela os desafios dessa importante profissão e nos convida a “transver” o mundo sob o olhar atento à recriação do papel dos(as) professores(as).

Sérgio Haddad,
professor, coordenador-geral da ONG Ação Educativa.
Endereço eletrônico: sergiohaddad@terra.com.br


Mundo Jovem: É possível afirmar que hoje há uma certa desvalorização do(a) professor(a)?

Sérgio Haddad: O processo de desvalorização vem junto com a universalização da escola, principalmente no Ensino Fundamental. Na medida em que houve uma abertura de vagas muito grande, e esta abertura foi feita com um volume de recursos que não acompanhou as necessidades. Simplesmente aumentaram o número de alunos na sala de aula, aumentaram as turmas, aumentaram as classes, enfim, um aumento de despesas não correspondentes. E o professor sofreu muito com isso e pagou com sua desvalorização.


Mas por que se culpa o(a) professor(a)?

Sérgio Haddad: Eu acho inclusive que, hoje, o(a) professor(a) passou a ser criminalizado. Antigamente você dizia o seguinte: com a universalização, a escola pública ficou pior, porque os pobres entraram na escola, a criança não tem experiência escolar, os pais não têm experiência escolar, então você empobreceu a escola pública. Naquela época culpabilizavam os alunos. Agora, o processo é outro.

Qualquer questão é um problema do(a) professor(a), com suas disponibilidades, com suas dificuldades. Ele(a) é o(a) grande responsável por todos os problemas que acontecem na escola. E não é bem assim, afinal existe uma quantidade de fatores que impactam a qualidade da escola pública, e nós não podemos deixar na mão do(a) professor(a) a única responsabilidade disso.

É comum ver nas páginas dos jornais e nos discursos dos governantes a responsabilização do professorado pela insuficiência da qualidade do ensino, alegando formação deficiente, absenteísmo e falta de compromisso pessoal com a carreira. A consequência imediata é a ausência d participação dos docentes nos debates públicos e na formulação das políticas, ficando na mão dos órgãos centralizados e dos especialistas o papel de conceber e formular ações pedagógicas, relegando ao professorado o papel mecânico de aplicar tais ações.


Isso não compromete o papel de educador(a)?

Sérgio Haddad: No novo cenário, eles(as) passam a ser o principal “bode expiatório” dos insucessos dos sistemas de ensino, recebendo a pecha de incompetentes e/ou descomprometidos, em grande parte do discurso de gestores e da imprensa. Parece evidente que tal deslocamento tem a ver com a mudança no perfil socioeconômico do professorado, decorrente da massificação da escola. Ele passa a ser composto por uma parcela cada vez maior de mulheres oriundas das classes populares, com participação crescente de afrodescendentes.

Diante desse cenário, impõe-se o desafio de compreender e denunciar os significados políticos e consequências pedagógicas desse processo de culpabilização dos(as) professores(as) e, principalmente, de fazer frente a ele, produzindo uma contraideologia nos marcos dos direitos humanos, da democracia e da justiça social. É fundamental desenvolver estudos, implantar políticas e apoiar iniciativas dos próprios professores e professoras que contribuam para a recriação de seu papel como educadores e servidores públi cos, intelectuais, ao mesmo tempo autônomos e comprometidos com um projeto republicano de educação pública de qualidade para todos.


O que tem a ver a classe social e a etnia das professoras?

Sérgio Haddad: O trabalho do professor foi feminilizando mais do que era. E mais do que isso, ele tem incorporado cada vez mais pessoas negras e pardas. São essas pessoas que estão dando conta e estão trabalhando nas escolas públicas. Por isso temos que tomar cuidado, porque nós podemos estar próximos de uma criminalização do professor que tem por trás toda uma visão machista, preconceituosa, racista, que a sociedade tem em relação ao professor.


E os casos de violência na escola, especialmente contra o(a) professor(a)?

Sérgio Haddad: As brigas na escola sempre aconteceram. Mas hoje tem a televisão que está dando uma dimensão muito grande a esses fatos. E temos que ter um pouco de cuidado com isso.

Eu diria que a violência não é uma característica da escola, e sim de toda a sociedade. Os casos de violência na sociedade, de maneira geral, cresceram: os muros subiram, as grades subiram, o número de vigilância privada cresceu... E a escola não é imune a esse comportamento da sociedade. Cresceu a falta de respeito entre pais e filhos, mudou o tipo de relação e isso também mudou na sala de aula. Daí muda também a característica da relação de respeito com o professor. A unidade escolar é um laboratório do que está na sociedade. O aluno não está isento e isso é que a gente vê refletido na escola.


Você identifica um processo de mercantilização da educação?

Sérgio Haddad: Eu acho que na medida em que os interesses privados entram na escola, você começa a ter algo que diz respeito menos ao sentido público dessa escola e mais ao que é diretamente ligado à questão privada. Um exemplo: hoje cada vez mais você vê sistemas educacionais entrarem nas redes públicas, subsídios privados, que botam apostilas, vendem aulas públicas que acompanham pelos telões, acompanhamento pela internet... E tudo isso vai criando uma visão muito própria e tirando do(a) professor(a) a capacidade de produção, de criação. É uma coisa dada, não é a experiência do(a) professor(a). Quando você tira isso da mão dele(a) e entrega para pessoas que produzem, você acaba privatizando de alguma forma o processo educacional. Você tira a ação pública desse(a) professor(a) para interesses privados de alguns deles, sob o ponto de vista da sua perspectiva pedagógica, da sua autonomia como profissional.


Há pesquisas que constatam que um grande número de professores sofre com problemas de saúde. A que se pode atribuir isso?

Sérgio Haddad: É um reflexo das condições de trabalho, dessa violência etc. Talvez em nenhuma outra profissão ou em poucas profissões você tenha que ficar frente a frente com um conjunto de 30, 40 pessoas, num confronto, dando conta de algo que é de difícil realização, pressionado de fora para dentro, culpabilizado pelo seu trabalho. É natural que isso afete a pessoa. E imagino que os alunos também se sintam “pesados” com essa situação.


A partir das mudanças do mundo, há uma exigência que o(a) professor(a) também mude?

Sérgio Haddad: Todo professor tem que se atualizar. Todo o processo de mudança social ou tecnológica tem que ser incorporado e o(a) professor(a) tem que ter condições de fazer isso. Se ele(a) estiver ocupado o tempo todo em dar aulas porque precisa sobreviver, vai ter dificuldade para se atualizar. Então é preciso que se deem as condições e se crie a disponibilidade para isso.


A valorização também passa pela remuneração. É importante estabelecer um piso salarial para o magistério?

Sérgio Haddad: É extremamente necessário. Mesmo assim, 950 reais para o ano que vem e para 2011 representam muito pouco. E ainda assim há governantes que entram na justiça para não pagar esse piso. É de chorar...


A luta do professor tem sido uma luta de classe. A sociedade civil, os pais, os alunos não deveriam se engajar mais na defesa da educação e dos educadores?

Sérgio Haddad: Essa talvez seja a grande questão: por que a luta da educação é uma luta somente do professor e do sindicato? Por que os pais não se mobilizam para isso? Pesquisas nacionais dizem que os pais estão satisfeitos com a educação. Talvez porque não tenham experiência. Hoje, de fato, as pessoas têm mais escolaridade do que antigamente. As novas gerações têm mais escolaridade do que a geração anterior, e isso já é um ganho. Talvez essa possa ser uma explicação. E acho que se a escola se abrir mais para os pais, se os pais puderem estar mais dentro dela, poderá haver maior engajamento. O próprio sindicato se fecha, não há diálogo com os pais. Teria que se estabelecer uma grande parceria com os pais.


Com tantas cobranças e tantas dificuldades, ser professor(a) é uma atitude heroica?

Sérgio Haddad: Eu diria que hoje, apesar dessas condições, ser um profissional nessa área já é uma grande vitória. Quem se submete a trabalhar nessas condições que estão colocadas para o(a) educador(a)? Precisa realmente ter muita vontade de perseverar e tentar realizar o seu trabalho. E acho que grande parte dos(as) professores(as) tem essa característica.

Que importância teve
o(a) professor(a) para você?

Eu não seria leitor, escritor ou cronista se não fossem algumas professoras que marcaram minha vida e me mostraram o prazer da leitura. Eram professoras incríveis, porque tinham um olhar para dentro do aluno, e isso que eu gostaria que os professores tivessem. É muito complicado, eu sei que hoje é difícil, mas olhem para cada um, mesmo aquele mais rebelde, o mais chato, o mais quieto... Alguma coisa nele tem que o leva a ser daquele jeito. Se o professor não tiver paixão pelo que faz, se não for entusiasmado, se não gostar da escola, mesmo com todas as dificuldades... Mas o que não é difícil? Tudo é difícil. Mas aquela é sua missão, aquele é seu ofício, então se jogue dentro dele, procurando transformar.


Ignácio de Loyola Brandão,
escritor.

Não é tarefa difícil escrever sobre a importância que os professores tiveram em minha vida. Na verdade há que falar sobre a importância que ainda têm, pois continuo como aluna, numa pós-graduação sobre neuropsicologia. Além de nos encantar com o conhecimento que possuem, professores nos estimulam a construí-los. Além de nos assombrar com o muito que há para aprender, professores nos fazem pensar e desejar. Ao pensar, fazemos uma releitura de mundo e ao desejar nos humanizamos, valorizando nossas emoções e as energias que nos impulsionam. Todas as homenagens seriam poucas, pois como educadores que são, os professores nos ensinam a estabelecer relações com o saber. E tais relações são sempre positivas e oportunas.

Rosita Edler Carvalho,
doutora em Educação pela UFRJ e escritora.

domingo, 25 de outubro de 2009

Em crise de credibilidade, Folha continua a perder leitores...

O SENADOR PASTEL

O SENADOR PASTEL

Laerte Braga

À primeira vista pode parecer Eduardo Suplicy e seus cartões, cuecas, suas intermináveis e chatíssimas explicações sobre o movimento de rotação e suas diferenças com o movimento de translação.

Não é não. É Eduardo Azeredo, senador do PSDB de Minas Gerais. O dito está no fio da navalha. O ministro Joaquim Barbosa do STF cobrou do presidente da STF DANATAS INCORPORATION LTD, Gilmar Mendes, a colocação em pauta da denúncia contra Azeredo. O senador é o inventor do "mensalão". Ele e o ex-deputado atual prefeito da cidade mineira de Juiz de Fora Custódio Matos.

Há meses a papelada rola para lá, rola para cá, mas fica no mesmo lugar.

É fácil explicar. Quando surgiram as denúncias e provas que Azeredo usou um esquema montado por Marcus Valério para colher dinheiro (tucano é fogo, colhe, pois planta em privatizações, concessões, etc) e tentar reeleger-se governador de Minas, o senador tratou de avisar a FHC que se algo lhe acontecesse de ruim iria jogar toda a sujeira tucana no ventilador.

FHC, cínico e falso "como nota de três reais", expressão de Itamar Franco, chamou Gilmar ou mandou emissário, um trem qualquer e deu a ordem. Nada de ruim pode acontecer a Azeredo, do contrário "estamos todos lascados".

Gilmar cumpriu a risca, aquele negócio de sobrestar a denúncia contra Azeredo. Como vai resolver a confusão agora, já que o ministro Joaquim Barbosa estranhou a demora, não sei, é outra história. Mas isso soa como resposta às declarações do funcionário da STF DANTAS INCORPORATION LTD sobre as viagens de Lula e Dilma país afora, na inauguração de obras do PAC.

Azeredo foi eleito vice-prefeito de Belo Horizonte em 1988, na chapa de Pimenta da Veiga. Pimenta renunciou um ano e meio após a eleição para disputar o governo do Estado e foi derrotado por Hélio Garcia. Azeredo virou prefeito até o final de 1992. Em 1994 foi eleito governador de Minas por absoluta falta de opção do eleitorado.

Três candidatos disputavam o governo. O atual vice-presidente José Alencar, o ministro das Comunicações Hélio Costa e Azeredo. Por algo menor que um por cento Hélio Costa não levou as eleições no primeiro turno. Perdeu-as para Azeredo.

O hoje senador nunca foi levado a sério no mundo do tucanato. Prefeito por circunstâncias imprevistas, a renúncia de Pimenta da Veiga (ou previstas e fracassadas), virou candidato a governador quando se achava que ninguém conseguiria derrotar Hélio Costa. Uma espécie de vai lá disputa e pronto. E vice-prefeito de Pimenta da Veiga nas alianças de oligarquias familiares de Minas. Eduardo Azeredo é filho de Renato Azeredo (o pai tinha caráter), um dos principais colaboradores de JK e depois de Tancredo. Pimenta da Veiga é filho de João Pimenta da Veiga, deputado estadual por vários mandatos e cacique do antigo PSD.

Em 1998 quem andou no fio da navalha foi FHC. O presidente tratou de comprar um segundo mandato. Uma espécie de liberou geral no Congresso Nacional. Leilão assim de concessões de rádio, tevê, dinheiro vivo, tudo sob a coordenação de Sérgio Motta (ministro das Comunicações à época) e ACM, então figura maior do conjunto de máfias do Congresso.

Comprados os deputados e senadores e "aprovada" a reeleição, FHC enfrentou o desafio de Itamar Franco. O ex-presidente lançou-se como pré-candidato e foi à convenção do seu partido à época, PMDB. Perdeu na fraude e na compra de votos dos convencionais. Segundo um deles, fato amplamente noticiado pela imprensa na ocasião, naquele dia não havia uma garota de programa disponível, estavam todas atendendo aos convencionais do PMDB. Junto com a tropa de choque tucana para qualquer eventualidade.

A candidatura Itamar colocava em risco a reeleição de FHC.

O ex-presidente decidiu então ser candidato ao governo de Minas e mandou um recado claro a FHC. Qualquer problema e eu boto a boca no trombone. O outro candidato era Azeredo, que disputava a reeleição.

FHC pouco apareceu em Minas e no segundo turno das eleições para o governo daquele estado, perguntado sobre seu candidato respondeu que "os mineiros é que decidem quem devem governar Minas". Só que, na mesma entrevista, havia defendido, minutos antes, o voto em candidatos tucanos em outros estados. Quer dizer, rabo preso, sentou em cima e jogou Azeredo às feras.

Itamar foi eleito governador do estado. Naquele ano outra figura mostrou seu verdadeiro caráter, embora não tenha sido, ainda, totalmente desmistificado. O senador Christovam Buarque de Holanda. Candidato à reeleição ao governo de Brasília foi derrotado no segundo turno por Joaquim Roriz. Buarque apoiou tucanos explicitamente e recebeu o apoio também explícito do ministro da Fazenda de FHC, Pedro Malan.

Sem mandato Azeredo esperou as eleições de 2002 e candidatou-se ao Senado, eram duas vagas em disputa. Uma para ele, outra para Hélio Costa Sem o trio que dizia para ele onde estava o óculos, onde assinar (sua mulher, Maresguia - vice-governador - e Roberto Brant - renunciou ao mandato de deputado para não ser cassado por corrupção -), cumpre mandato melancólico.

É uma espécie de depósito de projetos e serviços sujos. É dele o projeto que eliminava a perspectiva do voto impresso na urna eletrônica como forma de garantia da integridade do processo, já que as suspeitas de vulnerabilidade eram e são visíveis a olho nu. Apresentou-o atendendo a Nelson Jobim, então presidente do STF, líder tucano no Judiciário (ele próprio se definiu assim mesmo sendo do PMDB).

É dele a ação para bloquear a aprovação do acordo que permite o ingresso da Venezuela no antigo MERCOSUL. Quer dizer, parece dele, mas é apenas laranja de outros interesses, como no caso do voto impresso.

Ao tomar conhecimento da reclamação do ministro Joaquim Barbosa o senador já mandou avisar a FHC que ou o ex-presidente segura o trem com Gilmar Mendes, trata de arrumar um jeito de ser arquivada a denúncia, ou então vai colocar a boca no trombone.

Sem votos em Minas, não vai ser candidato à reeleição. Já cumpriu o papel que lhe cabia cumprir, vai para o almoxarifado dos inúteis, deve virar deputado federal.

O que vai acontecer a ele e ao prefeito de Juiz de Fora, Custódio Matos, seu parceiro nas extorsões do mensalão não sei. Sei, por exemplo, que Juiz de Fora está sendo loteada entre aqueles que contribuíram para a campanha e eleição do empregado de Azeredo, com ganhos significativos para os gerentes do "negócio". Um dos mentores virou inclusive conselheiro do Tribunal de Contas do estado. O ex-deputado Sebastião Helvécio.

Azeredo é uma pálida demonstração da genética tucana. Mas é o tal negócio, se abrir a boca coloca os grandes cromossomos tucanos num buraco sem tamanho, pois o esquema ali é bravo e chega a ser inimaginável tentar imaginar do que é capaz um tucano para chegar ao poder. E do que é capaz um tucano no poder.

Como Gilmar vai se sair dessa não sei, mas tenho um palpite que sai. O mundo institucional é exatamente uma aliança entre os representantes (auto presumidos) de Deus e os conhecidos do diabo.

Um paraíso fajuto onde só lucram figuras como essas. Um pastel de vento padrão Eduardo Azeredo. Agora que FHC está se mexendo para não correr riscos, isso está. É mais ou menos como se Azeredo tivesse espalhado papéis contando a história para todos os lados e o intocável do esquema FIESP/DASLU, com conexões na Fundação Ford, bota conexões nisso, estivesse, nesse momento, imprensado contra a parede. Mas sai.

VEJA está atrás de "provas" que possam deixar Azeredo em situações constrangedoras

É o jogo sórdido e um pastel de vento como o senador pode colocar por terra todo o esquema pacientemente montado para retomar a chave do cofre em 2010 e passar a escritura do Brasil para Brazil S/A.

O diabo é que as "provas" de VEJA podem respingar em FHC e em posições ridículas e ressuscitar Pimenta da Veiga num baita constrangimento.

Seria o caso, não é, pois pagamos as contas, de dizer eles que são grandes, eles que se entendam.