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Síntese entre morte e vida se perfila a nova existência. Silo 1959

Desperta já universo! Não ouves rugir ao homem nos abismos? Desgarra os espaços e contempla como dirige o fogo  e cavalga ao fur...

sábado, 31 de agosto de 2019

...sobre a propriedade das ideias...

Na medida em que minhas ideias são uma resposta à sociedade e às maneiras sociais de satisfazer minhas necessidades, não creio mais proprietário de meus pensamentos senão que divido alegremente a autoria de meus pensamentos... Sentimentos e ações...

Tudo que sou e faço é dependente das pessoas que me cercam. Dependo de suas reações às minhas ações e, também dependo das minhas reações às ações das pessoas, assim que "me faço" quem sou e decido para onde vou.

Evidente à essa altura que não creio na tese liberal da propriedade sobre o produto do trabalho humano pelo simples fato de haver, indubitavelmente, uma espécie de solidariedade equânime necessária para produzir qualquer serviço ou bem necessário para satisfazer minhas necessidades.

A moeda é desnecessária. Existe apenas para o controle do outro.
Acreditei durante tempos na sua irrefutável utilidade pessoal e social.

...
A teoria, tanto quanto a prática espírita, apresenta, aos leigos e inscientes, aspectos e modismos inéditos, imprevistos, bizarros, surpreendentes.

Nos domínios da mediunidade, então, o reservatório de surpresas parece inesgotável e desconcerta, e surpreende até os observadores mais argutos e avisados.

Se fôssemos minudenciar, escarificar o assunto até às mais profundas raízes, poderíamos concluir que o comércio de encarnados e desencarnados, velho quanto o mundo, se indicia mais ou menos latente ou ostensivo, em todos os atos e feitos da Humanidade.

Inspirações, idéias súbitas ou pervicazes, sonhos, premonições e atos havidos por espontâneos e propriamente naturais, radicam muito e mais na influenciação dos Espíritos que nos cercam – por força e derivativo da mesma lei de afinidade incoercível no plano físico, quanto no psíquico – do que a muitos poderia parecer.

E assim como se não desloca nem se precipita, isoladamente, um átomo no concerto sideral dos mundos infinitos, assim também não há pensamento, idéia, sentimento, isolados no conceito consciencial dos seres inteligentes, que atualizam e vivificam o pensamento divino, em ascese indefinida – semper ascendens…

É o que fazia dizer a Luisa Michel: “um ser que morre, uma folha que cai, um mundo que desaparece, não são, nas harmonias eternas, mais que um silêncio necessário a um ritmo que não conhecemos ainda”.

Mas, não há daí concluir que a criatura humana se reduza à condição de autômato, sem vontade e sem arbítrio, porque nada à revelia da Lei se verifica; e no jogo dessa atuação constante, o ascendente dos desencarnados não vai além das lindes assinadas pela Providência; não ultrapassa, jamais, a capacidade receptiva do percipiente, seja para o bem, seja para o mal.

M. Quintão

No prefácio de “Parnaso de Além-Túmulo”, autoria de vários espíritos pela psicografia de Chico Xavier.

MANUEL Justiniano de Freitas QUINTÃO, nascido em 28 de maio de 1874, na Estação de Quirino, Marquês de Valença, RJ, e desencarnado em 16 de dezembro de 1954. no Rio de Janeiro. Foi guarda-livros, depois de lutar com imensas dificuldades, como jovem sem recursos financeiros, nas posições mais modestas do comércio. Chefe de família numerosíssima, estudioso incansável, conseguiu, como autodidata, invejável cultura humanística. Foi jornalista. Ingressou na FEB em 1903, integrando-lhe o quadro social por 44 anos. Médium curador e espírita militante durante mais de meio século, exerceu cargos na Diretoria da Federação Espírita Brasileira ao longo de vários decênios, inclusive a Presidência nos anos 1915, 1918. 1919 e 1929. Como membro do Grupo Ismael, foi sempre dos mais assíduos e proficientes no estudo do Evangelho de Jesus. Traduziu diversos livros espíritas e publicou alguns de sua autoria, muito apreciados, dentre eles “Cinzas do meu Cinzeiro” (coletânea de trabalhos publicados no “Reformador”) e “O Cristo de Deus”, este último editado pela FEB. Em 1939, escreveu notas autobiográficas endereçadas ao Reformador, para serem publicadas após a sua desencarnação; estão estampadas na edição de janeiro de 1955. (Nota do Editor.)

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